"É inaceitável excluir qualquer partido eleito", diz constitucionalista

Imprensa estrangeira, conservadora, sublinha que, em Portugal, a "democracia ficou em segundo plano em nome das regras de adesão ao euro"
Publicado a
Atualizado a

"É da maior urgência um esclarecimento do Sr. Presidente da República (PR) sobre o que pretendeu, ao afirmar que há partidos democráticos que não pode participar em soluções de governo", adverte o constitucionalista Pedro Bacelar Vasconcelos, revelando ao DN a sua "perplexidade" com o discurso de Cavaco Silva, na quinta-feira à noite. "É inaceitável a exclusão de qualquer força política, eleita para o parlamento, que é a casa da democracia, para uma solução de governo", salienta.

O discurso político já se tinha começado a radicalizar antes das palavras de Cavaco, com intervenções de dirigentes do PSD e CDS a alertarem para os "perigos" da influência no PS do "extremismo de esquerda", protagonizado pelo PCP e pelo BE. Em entrevista ao DN, Paulo Rangel afirmou mesmo que os comunistas portugueses "nem sequer têm uma visão democrática" e defendem a "ditadura d proletariado". Ontem, o presidente do CDS equiparou até o PS aos regimes "totalitários", por ter dito que a indigitação de Passos Coelho era "uma perda de tempo", posição também partilhada pelo PCP e BE.

"Dizer que é uma perda de tempo a indigitação do candidato a primeiro-ministro que venceu as eleições é um argumento totalitário. Os fenómenos totalitários sempre disseram e sempre argumentaram contra as democracia dizendo que fazia perder tempo. É bom que tenhamos memória", disse Portas.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt